O trágico incêndio no Ninho do Urubu, centro de treinamento do Flamengo, em 2019, resultou na morte de dez jovens jogadores. Recentemente, todos os acusados pelo incêndio culposo foram absolvidos pela Justiça. O juiz Tiago Fernandes de Barros determinou que o Ministério Público não conseguiu provar a culpa dos réus.
Os acusados incluíam Antonio Marcio Mongelli Garotti, ex-diretor de Meios do Flamengo, Marcelo Maia de Sá, ex-diretor adjunto do Patrimônio, Claudia Pereira Rodrigues, representante da empresa que forneceu os contêineres usados como alojamento, e os engenheiros da Silva Duarte, Fabio Hilario da Silva e Weslley Gimenes, responsáveis pela fabricação e instalação dos contêineres. Edson Colman da Silva, responsável pela manutenção dos aparelhos de ar-condicionado, também estava entre os réus.
No início do ano, o ex-presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, foi excluído da denúncia devido à sua idade, superior a 70 anos. Como o tempo de prescrição foi reduzido pela metade e já havia expirado sem uma sentença final, a Justiça perdeu o direito de puni-lo.
O incêndio, ocorrido em 8 de fevereiro de 2019, começou em um aparelho de ar-condicionado, com as chamas se espalhando rapidamente devido ao revestimento inflamável dos contêineres. Dez jovens do Flamengo, conhecidos como Garotos do Ninho, não conseguiram escapar do alojamento. Entre as vítimas estavam Athila Paixão, Arthur Vinícius, Bernardo Pisetta, Christian Esmério, Gedson Santos, Jorge Eduardo Santos, Pablo Henrique, Rykelmo e Vitor Isaías. Outros 16 jogadores conseguiram sair a tempo.
O episódio marcou a história do Flamengo, gerando questionamentos sobre a segurança das instalações esportivas. As investigações apontaram que o material utilizado nos contêineres não era adequado, contribuindo para a rápida propagação do fogo.
O caso trouxe à tona a importância de medidas rigorosas de segurança em alojamentos de jovens atletas. O Flamengo, desde então, tem trabalhado para implementar melhorias e garantir que tragédias como essa não se repitam. A absolvição dos acusados, entretanto, mantém o debate sobre responsabilidade e prevenção de tragédias futuras no futebol brasileiro.